Exemplar de grande importância entre o conjunto das salvas do século XVI, esta peça faz parte de um extraordinário grupo de peças de ourivesaria de temática recorrente e que percorre transversalmente várias áreas da arte aplicada, seja na pedra (capitéis de colunas, pias baptismais ou lanços de escadarias), seja em suporte de pergaminho (iluminura) ou em madeira.
Destaca-se aqui o tema dos homens selvagens ou homens silvestres, associação consciente e inconsciente de temores, projecções e futuros que o Homem dos finais da Idade Média vai desta forma sintetizar. A profundidade do conceito representado nesta salva, assim como o grande número de exemplares que chegaram aos nossos dias, são prova suficiente da importância que estas peças tiveram na sua época e da sua inerente conservação. Na ourivesaria podemos encontrar as mais variadas representações desta figura, pois a plasticidade do trabalho do metal permitiu aos artistas elaborar as suas composições das mais diferentes formas, sejam elas aplicadas em salvas ou em gomis.