Peça rodada. Forma circular. Covo acentuado com aba estreita de bordo em ressalto, assinalado por canelura. Ao centro, numa paisagem junto a um curso de água, duas figuras femininas nuas, envoltas em panejamentos esvoaçantes, abraçam-se sentadas num maciço rochoso. A personagem da direita, de perfil olhando para trás, soergue-se apontando em frente com o braço esquerdo. Na fronte um crescente lunar. Aba decorada com quatro motivos criando dois eixos, vertical e horizontal, de volutas e concheados envolvendo concha de vieira assimétrica. Estes elementos, alternados por igual número de querubins, são interligados por grinaldas ondeadas. Bordo decorado por barra.
Este prato, uma das melhores peças realizadas na Real Fábrica de Louça, no Rato, o mais importante centro de produção cerâmica nacional do século XVIII, foi executado quando era gerida pelo Mestre Tomás Brunetto. Este foi o mais famoso dos responsáveis por esta manufactura, transpondo para Portugal a linguagem erudita das melhores fábricas europeias de faiança e porcelana da época. Esta peça, cuja tonalidade violácea evoca o rosa Pompadour da porcelana de Sévres, faria parte de um serviço, tendo como tema um dos mitos relacionados com Diana, deusa da caça, provavelmente representando a sedução de Calisto por Júpiter metamorfoseado nesta Deusa.