Executado logo após a irrupção tardia, mas revolucionária do Naturalismo na pintura portuguesa, consubstanciada no regresso, em 1879, de Silva Porto e de Marques de Oliveira do pensionato francês, esta obra demonstra as possibilidades e equívocos do acerto plástico com a prática artística internacional.
Esta obra surge como um testemunho qualificado da pintura paisagística de Artur Loureiro e, com ela, do primeiro Naturalismo português. A memória de Corot avulta no tratamento das medas majestosas e coisificadas, bem como na figura solitária que percorre o caminho de terra diagonal, motivo que amplia o espaço como, aliás, também sucede com a composição de um horizonte extremamente baixo, sobre o qual se abre um céu entrecortado por grandes nuvens, o todo iluminado por uma luz rasante de entardecer como o demonstram as sombras alongadas que se projectam sobre o solo.