Em 1910, o Dr. António de Matos Cid adquiriu um chassis 8/20HP. Era um automóvel robusto, muito bem construído e com alguns pormenores bastante avançados, como a caixa de quatro velocidades. Na sua designação, o “8” indicava a potência fiscal, o “20” a potência efectiva. Podendo optar por vários tipos de carroçarias Matos Cid optou pela mais requintada, volumosa e dispendiosa.
A Grand Landaulet tinha sido pensada para ser utilizada com motorista ou chauffeur, que viajava mais exposto aos elementos, enquanto os proprietários beneficiavam do conforto acrescido de uma cabine luxuosa.
As lanternas de acetileno e a buzina foram os únicos opcionais deste Benz, que levou uma existência relativamente pacífica até à sua obsolescência.
Em 1958, João de Lacerda encontrou o Benz numa garagem senhorial de Aguiar da Beira, convencendo o seu proprietário a cedê-lo ao Museu do Caramulo, para que fosse restaurado. Os trabalhos demoraram três anos. O compartimento fechado estava em perfeito estado, não necessitando de qualquer intervenção. Desde este merecido lifting, o Benz de 1910 percorreu mais de 3000 km, alguns deles em provas como o Raid Figueira da Foz-Lisboa, que cumpriu numa média superior a 45 km/h.
Benz
1910
Alemanha
20 cv
4 cilindros
2410 cc
4 velocidades
1250 kg
Velocidade Max.
65 km/h
Nº de Chassis
6343
Nº do Motor
6101